quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Dualidade

 Num momento qualquer do infinito ocorrerá um fenômeno de menor ou maior intensidade que como outros de outras eras será determinante. Neste específico espaço cosmológico, acessível apenas à imaginação especulativa, a natureza agrupará os últimos códigos que deflagrarão o próximo estágio evolutivo do planeta Terra. Nosso planeta ascenderá na escala de perfectibilidade do universo. Isso é o que vozes uníssonas têm apregoado insistentemente nos últimos anos.
Acontecerá o anunciado expurgo? Claro que esta nova diáspora é um ingrediente de somenos importância diante do fato em si. O salto qualitativo deste orbe propiciará uma vida mais livre entre os seres que aqui habitam e uma convivência mais ética e adequada à finalidade da existência humana. Isto é o que reza a teoria dos ciclos evolutivos do universo que retorna aos palcos de debates com maior força e freqüência. Em vários lugares do mundo novas comunicações retomam esta antiga idéia, que originalmente pregava uma espécie de hecatombe jamais vista que varreria do planeta milhões de seres numa depuração em grande proporção e levaria os de pouca luminosidade a um planeta já previamente preparado. Os que ficassem herdariam uma nova Terra, com menos dor e sofrimento. Delírio dos místicos? Qualquer coisa neste sentido deve ser averiguada pelos instrumentos que se dispõe, ou seja, a ciência.
A ciência continua sendo o porto seguro para provar a veracidade destas afirmações metafísicas. E a cada ameaça de tsunami, terremoto, incêndio de áreas grandes e inundações afirmam alguns médiuns que o planeta já está sofrendo as mudanças necessárias para a grande transformação final. Será?
                Bem mas é interessante não desprezar o fato que as aventuras siderais da imaginação humana foram um grande motor propulsor das conquistas da humanidade e desencadearam os grandes inventos que trouxeram o bem estar e as facilidades da vida moderna. Muito do que hoje é realidade nasceu de aventuras e projetos da mente humana, que utilizando as leis da natureza vislumbrou novos horizontes. O que é ficção atualmente pode se materializar num futuro próximo. É assim que funciona o desenvolvimento.
                Os mineiros costumam ouvir, ouvir e depois de ouvir mais uma vez para tomar uma decisão. Em casos como estas previsões proféticas, que sempre estiveram presentes na história da humanidade é preciso ter cautela. A metafísica precisa constantemente ser depurada pelo filtro da razão, porque sem o raciocínio lógico o homem viveria o tempo todo sonhando acordado.
No mundo as crenças e superstições são como ervas daninhas que se propagam em todo canto e são difíceis de combater. E elas resistem ao tempo justamente porque há ainda muito terreno propício para elas se propagarem. O povo acredita em demasia em coisas improváveis e pouco inteligentes.
Contudo é oportuno lembrar a dualidade que freqüentemente contrapõe as idéias do mundo. O chamado “principio dos contrários” do pai da filosofia, Aristóteles, que afirmava que os opostos vivem em constante dialética na vida humana. Segundo o  brilhante pensador grego a evolução é a conciliação entre a tese e a antítese que resulta na síntese. Por isso a função da mente é descobrir a unidade que se encontra latente na diversidade. Dessa forma antes de reprovar a idéia que a Terra irá passar por uma grande depuração e expurgo de sua população é preciso duvidar e analisar primeiro, buscar as evidências do fato e só assim tomar partido. Afinal a mente é um campo interminável de idéias e teorias.