quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Vamos Melhorar Este País?

Vamos Melhorar Este País?
                                                      João Fidélis de Campos Filho
             O povo exige mais liberdade nos países árabes. Saem às ruas protestam e arriscam suas vidas porque estão despertando deste sono dogmático/teocrático. Parece que a tirania está ficando fora de moda e as pessoas mais conscientes de seus direitos civis. Até quando estes regimes opressores e corruptos vão se sustentar? Esta é a pergunta que a mídia internacional vem se fazendo ultimamente. Irã, Cuba, Coréia do Norte, Líbia, etc., se tornaram nações destoantes da ordem econômica e social do mundo moderno e numa comunidade globalizada (e conseqüentemente mais informada) tendem a sofrer crescentes pressões por um regime mais pluralista e democrático.
             Um detalhe importante: a maioria dos manifestantes que derrubaram os governos na Tunísia e no Egito era constituída de jovens. Jovens de uma geração mais atenta ao que ocorre no planeta e que almejam banir os privilégios destes ditadores, como Hosni Mubarak, do Egito, que tinha uma grande fortuna depositada na Suíça.
             Mas vamos falar do Brasil, que elegeu novamente José Sarney para a presidência do Senado. Onde os réus do mensalão ocupam cargos importantes no atual governo e cuja classe política está totalmente desacreditada perante a opinião pública.  No caso brasileiro a participação política dos jovens tem sido muito tímida. Culpa os críticos a baixa escolaridade: de 32 milhões que matriculam no ensino médio apenas dois milhões concluem o ensino superior, mas será que é só este fator?
             Culturalmente o povo brasileiro é pacato, pouco reclama de seus direitos e aceita passivamente que seus representantes usem o poder para o enriquecimento. Isto é tão antigo (vem da época do Brasil – colônia) e parece que se tornou uma coisa tradicional ou um vício que o país não consegue se livrar. Todos sabem que a política abre muitas portas para a fortuna e associa a imagem do político como a de um padrinho que está sempre distribuindo presentes em troca de fidelidade. Parece que o povo até se acostumou a este sistema e perdeu a consciência cívica e o patriotismo. Aceita os pequenos favores como se fosse esta a ordem natural das coisas.
             Normalmente muitos políticos conseguem também resolver com facilidade seus problemas jurídicos, escapando-se da severidade da justiça (que nestes casos é até muito benevolente), pelo menos enquanto estão no poder. Tudo se arranja em se tratando de compadres, até a impunidade.
             Talvez nem fosse necessário pressões populares como as que estão ocorrendo nestes regimes totalitários, mas o brasileiro precisa aprender a cobrar mais de toda a classe política, precisa protestar mais, se organizar mais e lutar mais por seus direitos constitucionais. Isto faz parte do conceito de cidadania e de ética. Inclusão social, direitos das minorias, meio-ambiente, aperfeiçoamento das leis, combate à pobreza e diminuição das desigualdades, tudo isso faz parte dos princípios da ética moderna e tem que fazer parte da cartilha de reivindicação de todo o brasileiro e em especial a classe estudantil (por onde anda a UNE, que fez história contra a ditadura, e que parece se mancomunou com o governo atual?).
             Dizem que o jovem brasileiro está por demais alienado. Bem distante da realidade do país que necessita de mudanças urgentes em suas instituições decadentes. A sociedade brasileira precisa entrar para o rol do primeiro mundo não somente pela via econômica, mas principalmente pela via cultural. Aprimorando seus costumes, seus hábitos e comportamento. Jovens, vamos melhorar este país?
João Fidélis de Campos Filho- Cirurgião-Dentista
jofideli.blogspot.com    

Nenhum comentário: