quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Cumprir a Lei Ambiental

Fiquei escandalizado com uma história noticiada pela mídia nos últimos dias sobre uma mulher que tentou enterrar uma cadela viva em Santa Catarina. Como diz o ditado “há coisas neste mundo que até Deus duvida” e, em meio a tantas atrocidades cometidas pela raça humana e que ocupam os noticiários todos os dias, nós perguntamos: por que cometer tamanha barbaridade contra um pobre e indefeso animal?
        A cadelinha passou 10 horas embaixo da terra e foi salva por um policial militar. Sobreviveu por um milagre. Em depoimento a senhora afirmou que estava nervosa por isso resolveu matá-la.
        Os maus tratos a animais não tem sido uma exceção, fruto talvez da falta de consciência de muitos donos, da ganância de muitos comerciantes e da impunidade dos traficantes da fauna brasileira.
Vez por outra vemos animais sendo expostos em gaiolas minúsculas, submetidos a situações de stress constantes e em precárias condições de higiene. São vitimas de pessoas inescrupulosas que só enxergam o lucro. Há também proprietários que alimentam seus animais de maneira precária, deixam-nos amarrados no quintal por horas a fio ou os acoitam covardemente como a despejar-lhes seus traumas e suas neuroses. São os maus tratos que ocorrem em condições privadas e que ninguém quer denunciar. O artigo 32 da Lei Ambiental prevê a pena de detenção de três meses a um ano e uma multa a quem “praticar ato de abuso, maus tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos”.  
        Tendo como base esta lei, o abandono de animais é um crime e, diariamente isto acontece nas ruas de nossa cidade, principalmente se o cão é idoso, se está cego ou se está doente. Os coitadinhos são abandonados à própria sorte e perambulam famintos a procura de uma boa alma que os acolha, ou são recolhidos para o inevitável sacrifício, pois hoje em dia todos querem animais sadios e pequenos para adotar. Se fossem feitas denúncias contra as pessoas que descartam seus animais nas ruas e alguns fossem punidos certamente estes fatos tenderiam a diminuir.
        Até estas tradições que envolvem a tortura e o sacrifício de animais como touradas e festas similares deveriam ser abolidas pela nossa sociedade, que se autodenomina “moderna”. Por estes rincões brasileiros ainda ocorre muito o sacrifício de animais em rituais religiosos, a molestação em circos e espetáculos públicos. Coisa ainda da época medieval.  Outra prática que deveria ser substituída por outra forma de diversão é o rodeio, que submete os cavalos e touros a condições de extremo stress e sofrimento. Coisa que talvez as gerações futuras certamente olhem como mais uma barbaridade de nosso tempo.
        Mesma na área cientifica, quando são usadas cobaias para testes de medicamentos, comportamentais, etc., a legislação mundial tem evoluído muito para minimizar o sofrimento dos animais.
        E o que o cidadão consciente pode fazer para coibir os maus tratos aos animais? Simplesmente denunciar e exigir que as instituições punam aqueles que infringem a lei. Só assim se podem diminuir um pouco estas maldades.
João Fidélis de Campos Filho-Cirurgião-Dentista

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