quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Limites da Educação na Escola

Limites da Educação na Escola
                                                           João Fidélis de Campos Filho
Leis severas são importantes para inibir ações contrárias à boa convivência social, mas não suprem a lacuna deixada pela falta de educação familiar. Há inúmeros projetos no Congresso Nacional propondo a transferência de muitas responsabilidades para a escola atualmente, entretanto mascaram outra realidade de nossa era: os filhos adquiriram um exagerado grau de independência e quase não obedecem às regras do lar.
            Um destes projetos que estão em análise pela Comissão de Educação no Senado determina que a escola seja responsável pela prática do bullying quando o episódio for comprovado. È óbvio que todas as instituições de ensino devem criar regras para evitar que tal prática ocorra, contudo os pais deveriam ser também responsabilizados pelos desvios comportamentais dos filhos já que a escola não tem esta finalidade essencial. A escola não tem a autoridade para educar filhos rebeldes, isso é tarefa dos pais.
            Como uma escola pode controlar ou inibir situações em que os estudantes fiquem expostos a agressões dos colegas? Isso é uma tarefa difícil e no atual momento quase impossível, principalmente nas escolas públicas brasileiras. Seria preciso um monitoramento por câmeras durante todo período escolar, no entanto as escolas têm necessidades mais urgentes como, por exemplo, a informatização do ensino. A responsabilidade precisa ser repartida com os pais, pois é no lar que nasce a maioria dos desajustes de comportamento dos filhos.
            A criação de leis por si só não equaciona os problemas educacionais do Brasil. Não se vislumbra nenhum movimento por parte dos governos federal e estadual pela real priorização da educação e este fato sim que tem que ser debatido pelos nossos representantes no Congresso. Deve-se cobrar dos governantes uma ação mais direta e mais objetiva para resolver os graves problemas por que passam nossas escolas. Isto de maneira individualizada porque cada uma tem seus próprios problemas e suas deficiências. Os profissionais da educação já sobrecarregados com as atividades próprias do magistério as quais já não conseguem cumprir, não podem assumir mais um ônus: de suprir a ausência de educação familiar.
            Ninguém pode responder com clareza até onde vão os ventos de liberdade dos filhos, que pouco ouvem os conselhos paternos e costumam se orientar pela bussola da revolução tecnológica do nosso tempo. Quando nascem com uma personalidade adaptável às circunstâncias mundanas tudo bem, contudo se inclinam para o labirinto de vícios, drogas, etc., não só a escola poderá ser culpada por estes desvios.
João Fidélis de Campos Filho-Cirugião-Dentista

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